sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O alfabeto japonês


Se você acha difícil aprender normas e regrinhas do português, imagina então os japoneses, que têm de aprender a falar a língua e escrevê-la de três maneiras diferentes. Isso porque há três maneiras de se escrever o japonês, em Hiragana, Katakana e o Kanji. Esses três alfabetos são utilizados para se comunicar no Japão e cada um tem suas peculiaridades.

O Hiragana tem 48 caracteres que representam cada um, uma sílaba. Para escrever uma palavra trissílaba (com três sílabas) em Hiragana, por exemplo, utilizam-se três caracteres. É o alfabeto mais utilizado no Japão.

O Katakana é muito semelhante ao Hiragana: também possui 48 caracteres que representam sílabas. Em ambos os alfabetos, cada caractere representa um som (como “ka”, a junção do som de “k” e a vogal “a”) . A principal diferença entre eles é que o Katakana é utilizado para escrever nomes de países, palavras de origens estrangeiras ou ocidentais e também nomes de produtos e onomatopéias.

Já os mais de 40 mil kanjis formam um alfabeto completamente diferente dos dois acima. Mais que um alfabeto, o Kanji é um conjunto de símbolos que representam idéias, conceitos, e podem ter mais de um significado. Apesar do número extenso de caracteres existentes, é necessário saber 1.945 deles para ser considerado alfabetizado no Japão (é o número de kanjis ensinado nas escolas). Portanto, pode ser que um japonês adulto e alfabetizado se depare com kanjis que não conheça ao longo de sua vida.

Assim, um kanji, ou ideograma, é uma “imagem pictográfica” do que se quer dizer. Então, a partir de um simples “radical” (um traço específico) pode-se decompor vários significados, o que torna o aprendizado mais simples. Por exemplo:



Os alfabetos japoneses tiveram origem no chinês e, assim, foram adaptados e transformados em Katakana, Hiragana e Kanji. Mesmo com a adaptação e o passar dos tempos (estima-se que o primeiro alfabeto japonês tenha surgido no século IV), ainda há muita semelhança entre caracteres chineses e japoneses.

Hiragana e Katakana - como funcionam

A forma de se escrever algumas palavras em japonês é bastante peculiar. Algumas letras comuns do alfabeto romano (o que utilizamos) como “V” e “L” não existem nem no Hiragana ou no Katakana. Assim, é comum ouvir japoneses trocando o “V” pelo “B” e o “L” pelo “R” na hora de falar (ex.: a palavra em inglês “vilan”, que significa vilão, seria dita “biran” por um japonês).

As vogais A, I, U, E, O (nesta ordem) e a consoante N podem ser representados por apenas um caractere tanto em Hiragana como em Katakana. Os demais caracteres dos dois alfabetos são representados por duas ou mais letras juntas, formando sílabas.

Veja alguns exemplos dos dois alfabetos abaixo:

Hiragana:



Katakana:



Estas são sílabas básicas da escrita japonesa. Existem ainda outras variações de sílabas, como “CHI” e “KYO”, ou mesmo sílabas como “DA” e “JI”. Dois exemplos de transcrição em Hiragana, Katakana e Kanji:

Sonho (português) = Yume (japonês)
Hiragana:

Katakana:

Kanji:


Amigo (português) = Tomodachi (japonês)
Hiragana:

Katakana:

Kanji:


Outra curiosidade do alfabeto japonês é a inexistência de encontros de consoantes como “BR” e “TR”, por exemplo. Por ser escrita (e falada) silabicamente, esses encontros consonantais acabam sendo decompostos em sílabas com vogais. A palavra “Bra-sil”, por exemplo, em japonês, vira “Bu-ra-ji-ro”. Além da decomposição de “BR”, o “S” com som de “Z”, no caso, é substituído pelo “J”.

Complicado, né? Não é à toa que existem japoneses que morrem velhos sem conseguir ler por completo um simples jornal diário. Mas isso acontece porque, além de serem a maneira de se comunicar por escrito dos japoneses, os kanjis e caracteres são como uma forma de arte no Japão. Sua escrita é delicada e exige até mesmo uma ordem correta para se desenhar os “traços”. Tudo isso é mantido ainda hoje na terra do sol nascente, com o objetivo de preservar essa cultura milenar tão apreciada no mundo todo

Mangás

mangá (português brasileiro) ou manga (português europeu) (em japonês漫画 manga?, literalmente história(s) em quadrinhos) é a palavra usada para designar ashistórias em quadrinhos feitas no estilo japonês. No Japão, o termo designa quaisquer histórias em quadrinhos. Sua origem está no Oricom Shohatsu (Teatro das Sombras), que na época feudal percorria diversos vilarejos contando lendas por meio de fantoches. Essas lendas acabaram sendo escritas em rolos de papel e ilustradas, dando origem às histórias em sequência, e consequentemente originando o mangá. Vários mangás dão origem a animes para exibição na televisão, emvídeo ou em cinemas, mas também há o processo inverso em que os animes tornam-se uma edição impressa de história em sequência ou de ilustrações.Os mangás têm suas raízes no período Nara (século VIII d.C.), com o aparecimento dos primeiros rolos de pinturas japonesas: os emakimono. Eles associavam pinturas e textos que juntos contavam uma história à medida que eram desenrolados. O primeiro desses emakimono, o Ingá Kyô, é a cópia de uma obra chinesa e separa nitidamente o texto da pintura.
No período Edo, em que os rolos são substituídos por livros, as estampas eram inicialmente destinadas à ilustração de romances e poesias, mas rapidamente surgem livros para ver em oposição aos livros para ler, antes do nascimento da estampa independente com uma única ilustração: o ukiyo-e no século XVI. É, aliás, Katsushika Hokusai o precursor da estampa de paisagens, nomeando suas célebres caricaturas publicadas de 1814 à 1834 em Nagoya, cria a palavra mangá — significando "desenhos irresponsáveis" — que pode ser escrita, em japonês, das seguintes formas: Kanji (em japonês漫画?)Hiragana (em japonêsまんが?)Katakana (em japonêsマンガ?) e Romaji (Manga).
A partir da metade do século XII, surgem os primeiros emakimono com estilo japonês. O Genji Monogatari Emaki é o exemplar de emakimono mais antigo conservado, sendo o mais famoso o Chojugiga, atribuído ao bonzo Kakuyu Toba e preservado no templo de Kozangi em Kyoto. Nesses últimos surgem, diversas vezes, textos explicativos após longas cenas de pintura. Essa prevalência da imagem assegurando sozinha a narração é hoje uma das características mais importantes dos mangás.
Diversas séries comparáveis as de além-mar surgem nos jornais japoneses: Norakuro Joutouhei (Primeiro Soldado Norakuro) uma série antimilitarista de Tagawa Suiho, e Boken Dankichi (As aventuras de Dankichi) de Shimada Keizo são as mais populares até a metade dos anos quarenta, quando toda a imprensa foi submetida àcensura do governo, assim como todas as atividades culturais e artísticas. Entretanto, o governo japonês não hesitou em utilizar os quadrinhos para fins de propaganda.
Os mangás não tinham, no entanto, sua forma atual, que surge no início do século XX sob influência de revistas comerciais ocidentais provenientes dos Estados Unidos e Europa. Tanto que chegaram a ser conhecidos como Ponchie (abreviação dePunch-picture) como a revista britânica, origem do nome, Punch Magazine (Revista Punch), os jornais traziam humor e sátiras sociais e políticas em curtas tiras de um ou quatro quadros.
Sob ocupação americana após a Segunda Guerra Mundial, os mangakas, como os desenhistas são conhecidos, sofrem grande influência das histórias em quadrinhos ocidentais da época, traduzidas e difundidas em grande quantidade na imprensa cotidiana.
É então que um artista influenciado por Walt Disney e Max Fleischer revoluciona esta forma de expressão e dá vida ao mangá moderno: Osamu Tezuka. As características faciais semelhantes às dos desenhos de Disney e Fleischer, onde olhos (sobretudo Betty Boop), boca, sobrancelhas e nariz são desenhados de maneira bastante exagerada para aumentar a expressividade dos personagens tornaram sua produção possível. É ele quem introduz os movimentos nas histórias através de efeitos gráficos, como linhas que dão a impressão de velocidade ou onomatopeias que se integram com a arte, destacando todas as ações que comportassem movimento, mas também, e acima de tudo, pela alternância de planos e de enquadramentos como os usados no cinema. As histórias ficaram mais longas e começaram a ser divididas em capítulos.Em 1947, Tezuka criou publicou no formato akahon, um mangá escrito por Sakai Shichima, Shin Takarajima (A Nova Ilha do Tesouro), um título de grande de sucesso que chegou a vender 400 mil exemplares. [2]
Osamu Tezuka produz através de seu próprio estúdio, o Mushi Production, a primeira série de animação para a televisão japonesa em 1963, a partir de uma de suas obras: Tetsuwan Atom (Astro Boy). Finalmente a passagem do papel para a televisão tornou-se comum e o aspecto comercial do mangá ganhou amplitude, mas Tezuka não se contentou com isso. Sua criatividade o levou a explorar diferentes gêneros — na sua maioria, os mangás tinham como público-alvo as crianças e jovens —, assim como a inventar outros, participando no aparecimento de mangás para adultos nos anos sessenta com os quais ele pôde abordar assuntos mais sérios e criar roteiros mais complexos. Ele também foi mentor de um número importante de mangakas como Fujiko & Fujio (dupla criadora de Doraemon), Akatsuka FujioAkira "Leiji" MatsumotoTatsuo Yoshida (criador de Speed Racer) e Shotaro Ishinomori.
Assim, os mangás cresceram simultaneamente com seus leitores e diversificaram-se segundo o gosto de um público cada vez mais importante, tornando-se aceitos culturalmente. A edição de mangás representa hoje mais de um terço da tiragem e mais de um quarto dos rendimentos do mercado editorial em seu país de origem. Tornaram-se um verdadeiro fenômeno ao alcançar todas as classes sociais e todas as gerações graças ao seu preço baixo e a diversificação de seus temas. De fato, como espelho social, abordam todos os temas imagináveis: a vida escolar, a do trabalhador, os esportes, o amor, a guerra, o medo, séries tiradas da literatura japonesa e chinesa, a economia e as finanças, a história do Japão, a culinária e mesmo manuais de "como fazer", revelando assim suas 
Para os japoneses as histórias em quadrinhos são leitura comum de uma faixa etária bem mais abrangente do que a infanto-juvenil. A sociedade japonesa é ávida por leitura e em toda parte vê-se desde adultos até crianças lendo as revistas. Portanto, o público-consumidor é muito extenso, com tiragens na casa dos milhões e o desenvolvimento de vários estilos para agradar a todos os gostos.

Estilos

Por isso os mangás são comumente classificados de acordo com seu público-alvo. Histórias onde o público alvo são meninos — o que não quer dizer que garotas não devam lê-los — são chamados de shounen (garoto jovem, adolescente, em japonês) como One PieceNarutoBleach etc. e tratam normalmente de histórias de ação, amizade e aventura. Histórias que atualmente visam meninas são chamadas de shoujo (garota jovem em japonês) e têm como característica marcante as sensações e sensibilidade da personagem e do meio (também existem garotos que leem shoujo.) como Nana. Além desses, existe o gekigá, que é uma corrente mais realista voltada ao público adulto (não necessariamente são pornográficos ou eróticos) como, por exemploLobo Solitário e ainda os gêneros seinen para homens jovens e josei para mulheres. Os traços típicos encontrados nas histórias cômicas (olhos grandes, expressões caricatas) não são encontrados nessa última corrente.

Formato

A ordem de leitura de um mangá japonês é a inversa da ocidental, ou seja, inicia-se da capa do livro com a brochura à sua direita (correspondendo a contracapa ocidental), sendo a leitura das páginas feita da direita para a esquerda. Alguns mangás publicados fora do Japão possuem a configuração habitual do Ocidente.
Além disso, o conteúdo é impresso em preto e branco, contendo esporadicamente algumas páginas coloridas, geralmente no início dos capítulos, e empapel reciclado tornando-o barato e acessível a qualquer pessoa.
Os mangás são publicados no Japão originalmente em revistas antológicas impressas em papel-jornal parecidas com listas telefônicas. Essas revistas com cerca de 300 à 800 páginas são publicadas em periodicidades diversas que vão da semana ao trimestre. Elas trazem capítulos de várias séries diferentes. Cada capítulo normalmente tem entre dez e 40 páginas. Assim que atingem um número de páginas em torno de 160~200, é publicado um volume encadernado, chamado tankohon ou Tankōbon, no formato de bolso, que então contém apenas histórias de uma série.[2][4] Esses volumes são os vendidos em diversos países dependendo do sucesso alcançado por uma série, ela pode ser reeditada em formato bunkoubon ou bunkouban (em japonês完全版?)(mais compacto com maior número de páginas) e wideban (em japonêsワイド版?) (melhor papel e formato um pouco maior que o de bolso).

Culinária Japonese

Existem várias opiniões do que é fundamental à culinária japonesa. Muitos pensam no sushi ou nas refeições formais elegantemente estilizadas kaiseki que são originárias como parte da cerimônia do chá japonesa. Muitos japoneses pensam na comida do dia-a-dia, em especial nas existentes desde antes do final doPeríodo Meiji (1868 - 1912), ou desde antes da Segunda Guerra Mundial.A culinária tradicional japonesa é dominada pelo arroz branco (hakumai, 白米), e poucas refeições seriam completas sem ele. Qualquer outro prato servido durante uma refeição - peixecarnelegumes, conservas - é considerado como um acompanhamento, conhecido como okazu. É utilizado um tipo de talher diferente, denominado hashi. Originário da China, consiste em dois pequenos bastões de madeira, plástico ou metal.
Esta visão japonesa de uma refeição é refletida na organização dos livros de culinária japoneses. Os capítulos são sempre ordenados de acordo com os métodos culinários: alimentos fritos, alimentos cozidos e alimentos grelhados, por exemplo, e não de acordo com os ingredientes em particular (ex.: galinha ou carne) como são nos livros ocidentais. Também podem existir capítulos dedicados a sopas, sushi, arroz etc.
As refeições tradicionais recebem seu nome de acordo com o número de acompanhamentos que vêm junto do arroz e da sopa. A refeição japonesa mais simples, por exemplo, consiste de ichijū-issai (一汁一菜; "uma sopa, um acompanhamento" ou "refeição de um prato"). Isto quer dizer que a refeição é composta de sopa, arroz e de algum acompanhamento — normalmente um legume em conserva. O pequeno-almoço ou café da manhã japonês tradicional, por exemplo, normalmente é constituído de misso shiru(sopa de pasta de soja), arroz e algum legume em conserva. A refeição mais comum, entretanto, é conhecida por ichijū-sansai (一汁三菜; "uma sopa, três acompanhamentos"), ou por sopa, arroz e três acompanhamentos, cada um empregando uma técnica de culinária diferente. Estes acompanhamentos normalmente são peixe cru (sashimi), um prato frito e um prato fermentado ou cozido no vapor — ainda que pratos fritos, empanados ou agri-doces podem substituir os pratos cozidos. O Ichijū-sansai normalmente se encerra com conservas como o umeboshi e chá verde.

Como o Japão é uma nação insular, seu povo consome muitos frutos do mar, além de peixe e outros produtos marinhos (como algas). Mesmo não sendo conhecido como um país que come muita carne, poucos japoneses se consideram vegetarianos. Carne e galinha são comumente inseridos na culinária do cotidiano.
macarrão, originado na China, também é uma parte essencial da culinária japonesa. Existem dois tipos tradicionais de macarrão, o sobá e udon. Feito defarinha de centeio, o soba (蕎麦) é um macarrão fino e escuro. O udon (うどん), por sua vez, é feito de trigo branco, sendo mais grosso. Ambos são normalmente servidos com um caldo de peixe aromatizado com soja, junto de vários vegetais. Uma importação mais recente da China, datando do início do século XIX, vem oramen (ラーメン; macarrão chinês), que se tornou extremamente popular. O Ramen é servido com uma variedade de tipos de sopa, indo desde os molhos de peixe até manteiga ou porco.
Ainda que muitos japoneses tenham desistido de se alimentarem de insetos, ainda existem exceções. Em algumas regiões, gafanhotos (inago) e larvas de abelha (hachinoko) não são pratos incomuns. Lagartos também são comidos em alguns lugares.

Arrumação tradicional de uma mesa japonesa

A arrumação tradicional da mesa japonesa tem variado consideravelmente nos últimos séculos, dependendo principalmente do tipo comum de mesa de uma dada era. Antes do século XIX, pequenas mesas individuais (hakozen, 箱膳) ou bandejas planas utilizadas no chão eram arrumadas antes de cada refeição. Mesas baixas maiores (chabudai, ちゃぶ台), que acomodavam famílias inteiras, começaram a se tornar mais populares no começo do século XX, mas este estilo deu lugar ao estilo ocidental de mesas e cadeiras de jantar, no final do século XX.
A arrumação tradicional da mesa é baseada no ichijū-sansai. Tipicamente, cinco bacias e pratos são colocados antes do jantar. Na ponta, são colocadas a bacia de arroz (à esquerda) e a de sopa (à direita). Atrás destas ficam três pratos planos que seguram os três acompanhamentos, um à extrema esquerda (onde pode se servir um prato fermentado), um a extrema direita (no qual pode se servir um prato assado) e um no centro (no qual pode se servir vegetais cozidos). Vegetais cortados também costumam ser servidos e comidos no final da refeição, mas não fazem parte dos três pratos de acompanhamento.
Hashis são normalmente colocados na frente da bandeja próxima da pessoa, com suas pontas apontadas para a esquerda e normalmente apoiadas em um suporte de hashi, ou hashioki (箸置き).

Pratos para ocasiões especiais

Na tradição japonesa, alguns pratos estão fortemente ligados a uma comemoração ou evento. As principais combinações deste tipo incluem: